A ausência de serviços adequados de saneamento básico no Brasil afeta profundamente a saúde da população, com impacto ainda mais severo sobre os grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Um levantamento recente do Instituto Trata Brasil, com base em dados do DATASUS de 2024, revela que mais de 80 mil pessoas com mais de 60 anos foram hospitalizadas em razão de Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI).
Ao todo, o país registrou 344 mil internações por essas enfermidades em 2024. Os idosos responderam por 23,5% desse total. A gravidade do problema se intensifica ao analisarmos os óbitos: das 11.554 mortes causadas por doenças relacionadas à falta de saneamento, 8.830 foram de pessoas com mais de 60 anos — o equivalente a 76,4% do total.
Esse cenário alarmante se explica, em parte, pela própria condição biológica do envelhecimento. O sistema imunológico enfraquecido e a presença de comorbidades tornam os idosos mais suscetíveis a infecções causadas por água contaminada ou pela exposição a ambientes sem tratamento de esgoto.
Garantir o acesso universal ao saneamento básico é, portanto, uma questão de saúde pública e de dignidade humana. No caso da população idosa, isso pode representar a diferença entre um envelhecimento saudável e a exposição contínua a doenças evitáveis, que comprometem sua autonomia e qualidade de vida.
No entanto, boas práticas já implementadas em algumas regiões brasileiras mostram que é possível mudar esse cenário. A AEGEA Santa Catarina, responsável por concessões em cinco cidades do estado, destaca avanços significativos com as concessionárias Águas de São Francisco do Sul, Águas de Penha, Águas de Camboriú, Águas de Bombinhas e Águas de Palhoça.
“Essas cidades são exemplos claros de como o investimento contínuo em saneamento impacta positivamente a saúde da população. Temos observado uma melhora consistente nos indicadores locais de saúde, especialmente entre os idosos, com queda em internações por doenças de veiculação hídrica. Esse é o reflexo direto de um serviço eficiente e comprometido com a qualidade de vida das pessoas,” finaliza Reginalva Mureb, presidente da AEGEA Santa Catarina.